Como já dito, a educação ao longo da vida baseia – se em os quatro pilares de Jacques Delors: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. O foco deste texto é o pilar fundamentado em Aprender a fazer, que simplificadamente mostra a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo na busca de acertar.
Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas. Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível.
A fim de adquirir não somente uma qualificação profissional, mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Também aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado.
Outro ponto importante a ser destacado é que aprender a conhecer e aprender a fazer são, em larga medida, indissociáveis. Mas a segunda aprendizagem está mais estreitamente ligada à questão da formação profissional: como ensinar o aluno a pôr em pratica os seus conhecimentos e, também, como adaptar a educação ao trabalho futuro quando não se pode prever qual será a sua evolução.
Aprender a fazer não pode continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo fabricar alguma coisa. Como conseqüência, as aprendizagens devem evoluir e não podem mais serem consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras, embora estas continuem a ter um valor formativo que não é de desprezar.
Desse modo, uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe sejam condizentes, como:
• Relacionar o tema com a experiência do estudante.
• Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Fagundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985).
• Proporcionar uma relação dialógica com o estudante.
• Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática.
• Oferecer um processo de auto-aprendizagem e co-responsabilidade no processo de aprendizagem.
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